Psicologia Clínica e Psicoterapia


A Psicologia Clínica é a parte da psicologia que se dedica ao estudo dos transtornos mentais e dos aspectos psíquicos de doenças não mentais. Os primórdios da psicologia clínica científica encontram-se nos fins do século XIX e o termo "psicologia clínica" foi usado pela primeira vez pelo americano Lightner Witmer (1867-1956), aluno de Wundt.

Ele fundou a primeira clínica de psicologia na Universidade de Pensilvânia (Estados Unidos), bem como o primeiro jornal especializado (The Psychological Clinic) em 1907.

Witmer emprestou o termo "clínico" da medicina, mas não com o significado de "psicologia de medicina" e nem "a psicologia nas clínicas", mas o trabalho voltado para o caso individual. Assim, na sua Clínica Psicológica eram tratadas crianças com problemas escolares.

Apesar de ter cunhado o termo, a influência de Witmer para a atual psicologia clínica foi muito limitada. Taylor, em 2000, identifica o início da pesquisa psicoterapêutica e psicopatológica em França com as obras de Ambroise-Auguste Liébault, Alfred Binet e Pierre Janet entre outros, que foram traduzidas para inglês no fim do século XIX e influenciaram também os Estados Unidos.

Também em 1907 foi publicado pela primeira vez o Journal of Abnormal Psychology, introduzindo assim esse novo termo. Vários psicólogos clínicos fundaram em 1917 a Associação Americana de Psicologia Clínica (American Association of Clinical Psychology) que em 1919 fundiu-se com a APA (American Psychological Association, Associação Psicológica Americana).

Também aluno de Wundt foi o psiquiatra Emil Kraeplin (1856-1926), que procurou transferir o método científico experimental para questões psiquiátricas, opondo-se à abordagem especulativa típica da psicopatologia de então e dando assim grande impulso à psicologia clínica. Um outro médico de língua alemã, o vienense Sigmund Freud foi também de grande importância para o desenvolvimento da disciplina.

Apesar de também ele ser médico, formado nas técnicas das ciências naturais, Freud seguiu um caminho diferente do de Kraeplin, o de uma psicologia interpretativa. Esses dois médicos representam de certa forma as duas grandes correntes até hoje representadas na psicologia clínica: de um lado a psicologia clínica empírica, de outro uma psicologia de base mais hermenêutica.

Ao lado da psicanálise e de outras escolas dela derivadas, desenvolveram-se nos anos de 1940 a1950 novas abordagens psicoterapêuticas que dariam à psicologia clínica de modo geral e à psicoterapia de modo particular uma nova face.

A psicologia clínica possui uma área de atuação muito vasta, de forma que parece conveniente e pertinente referir e especificar as suas diferentes áreas:

Transtorno mental - oferece uma definição do conceito uma visão geral a respeito dos transtornos mentais: classificação, epidemiologia, etiologia e análise de fatores determinantes;
Psicodiagnóstico - uma introdução às técnicas para aquisição de informações psicológicas relevantes;
Intervenção psicológica - oferece uma visão geral das diferentes formas de intervenção disponíveis, entre as quais a psicoterapia desempenha um papel preponderante;
Ética em psicologia clínica - que oferece uma visão geral das questões éticas envolvendo o trabalho clínico em geral e clínico-psicológico em particular;
Psicologia da reabilitação - área específica da psicologia clínica que se dedica ao acompanhamento e reinserção da pessoa no seu quotidiano após um tratamento prolongado, quer de doença física, quer de transtorno mental.



PSICOTERAPIA



O termo psicoterapia (do grego psykhē - mente - e therapeuein – curar -) refere-se a um processo dialético efetuado entre um profissional psicólogo/médico (o psicoterapeuta) e o cliente (o paciente).

Por ser definitivamente da área da Saúde Mental, a psicoterapia é a principal linha de tratamento para qualquer assunto referente à mente e para tal faz uso de métodos, técnicas e intervenções psicológicas cujos objetivos centrais são:

• restabelecer a qualidade de vida do paciente;
• equacionar os motivos da consulta (que variam desde pequenas dificuldades do dia-a-dia até mesmo grandes psicopatologias);
• desenvolver os padrões de funcionamento mental do indivíduo e de seus sistemas psíquicos (saúde orgânica, saúde mental, familiar, social, sexual, intelectual, financeiro, profissional, lazer e espiritual).

Características da Psicoterapia

Como todas as formas de intervenção em saúde e em psicologia clínica, a psicoterapia é:

• executada por profissionais psicólogos e/ou outros profissionais de saúde mental especializados em psicoterapia;
• comumente precedida de um psicodiagnóstico (a não ser em crises pontuais tais como, luto, separação, demissão, etc);
• um tratamento efetuado em ambiente clínico através de consultas de 50 min (normalmente 1 vez por semana);
• faz uso de exames, testes e técnicas psicológicas para atingir o objetivo que pode variar de: cura, diminuição do sofrimento, stress, ou incapacidade do paciente (raramente causado por transtorno mental),
• baseia-se no corpo teórico-científico da ciência da psicologia;
• aplicado em um determinado contexto formal (individual, em casal, com a presença de familiares, em grupo - de acordo com a indicação ou motivo do pedido).

Em linguagem técnica o termo "psicologia" refere-se à ciência e "psicoterapia" ao uso clínico do conhecimento obtido pela primeira. Da mesma forma, costuma haver uma certa confusão entre os termos "psicoterapia" e "psicanálise", enquanto que a psicoterapia refere-se ao trabalho psicoterapêutico baseado no corpo teórico da ciência da psicologia como um todo, e a psicanálise refere-se exclusivamente ao trabalho baseado nas teorias oriundas do trabalho de Sigmund Freud; "psicoterapia" é, assim, um termo mais abrangente, englobando todas as linhas teóricas-científicas (com métodos e resultados) da Psicologia Moderna.

O Funcionamento da psicoterapia

Uma vez confirmado o efeito positivo da psicoterapia sobre a saúde mental dos pacientes, a pesquisa empírica começou a voltar sua atenção a uma pergunta muito mais difícil de ser respondida: de que forma e com que mecanismos é que ela funciona?

Fases da mudança do paciente:

O processo terapêutico começa, para o paciente, antes da terapia em si e termina somente muito depois de sua conclusão formal. Senão vejamos:
1. Fase "pré-contemplativa" (precontemplation stage): é a fase da despreocupação. O paciente não tem consciência de seu problema e não tem a intenção de modificar o seu comportamento - apesar de as pessoas à sua volta estarem cientes do problema. Nesta fase os pacientes só procuram terapia se obrigados;
2. Fase "contemplativa" (contemplation stage): é a fase da tomada de consciência. O paciente se dá conta dos problemas existentes, mas não sabe ainda como reagir. Ele ainda não está preparado para uma terapia: está ainda pesando os prós e os contras;
3. Fase de preparação (preparation): é a fase da tomada de decisão. O paciente se decide pela terapia - nesta fase o meio social pode desempenhar um papel muito importante;
4. Fase da ação (action): o paciente investe - tempo, dinheiro, esforço - na mudança. É a fase do trabalho terapêutico propriamente dito;
5. Fase da manutenção (maintenance): é a fase imediatamente após o fim da terapia. O paciente investe na manutenção dos resultados obtidos por meio da terapia e introduz as mudanças no seu dia-a-dia;
6. Fase da estabilidade (termination): é a fase da cura. Nesta fase o paciente solucionou o seu problema e o risco de uma recaída não é maior do que o risco de outras pessoa para esse transtorno específico.

De acordo com o desenvolvimento do paciente através das diferentes fases se classificam quatro tipos de progressão: (1) o transcurso estável, em que o paciente se estagna em uma fase; (2) o transcurso progressivo, em que o paciente se movimenta de uma fase para a próxima; (3) o transcurso regressivo, em que o paciente se movimenta para uma fase em que já esteve, e (4) o transcurso circular (recycling), em que o paciente muda a direção do movimento pelo menos duas vezes.

Fases da terapia:

A terapia em si desenvolve-se em quatro fases consecutivas, cada qual com objetivos próprios:

1. Indicação: definição do diagnóstico, decisão com respeito à necessidade de uma terapia e de qual tipo (médica, psicoterapêutica, ambas), aos métodos indicados para o problema em questão, esclarecimento do paciente a respeito da terapia;
2. Promoção de um relacionamento terapêutico e trabalho de clarificação do problema: a estruturação dos papéis (terapeuta e paciente), desenvolvimento de uma expectativa de sucesso, promoção do relacionamento entre paciente e terapeuta, transmissão de um modelo etiológico do problema;
3. Encenação do aprendizado terapêutico: aquisição de novas competências (terapia cognitivo-comportamental), análise e experiência de padrões de relacionamento (psicanálise), reestruturação da autoimagem (terapia centrada na pessoa);
4. Avaliação: verificação do atingimento dos objetivos propostos, estabilização dos resultados alcançados, fim formal da terapia e da relação paciente-terapeuta.

Tipos de Psicoterapia no consultório do Dr. Bruno Fernandes:

Psicoterapias cognitivo-comportamentais: explicam os transtornos mentais baseadas na história de aprendizado do indivíduo e nas interações dele com seu meio e têm por objetivo o restabelecimento das competências do paciente de controlar seu comportamento e de influenciar suas emoções e percepções. Apesar de também ter um olho voltado para o passado, este grupo de terapias se concentra sobretudo no presente e trabalha com métodos como treinamentos, condicionamento operante, habituação, reestruturação cognitiva, o diálogo socrático, métodos psicofisiológicos, entre outros.

Psicoterapias orientadas na comunicação: consideram os transtornos do comportamento como expressão de estruturas de comunicação disfuncionais e buscam uma reorganização de tais estruturas ou a formação de novas, mais construtivas. Também tais terapias preocupam-se sobretudo com a situação presente e trabalham com métodos que possam gerar novas formas de compreensão da realidade e de si mesmo.

Benefícios da Psicoterapia no consultório do Dr. Bruno Fernandes:

Os benefícios da Psicoterapia para a saúde da pessoa são vários e entre eles estão:

* Melhora na qualidade de vida
* Aumento da auto-estima
* Maior segurança em tomadas de decisões
* Autonomia
* Amadurecimento pessoal
* Equilíbrio e estabilidade emocional

entre muitos outros...

Ela também pode ser utilizada de maneira preventiva, evitando que possíveis problemas psicológicos venham a se desenvolver ou evoluir quando não tratados de maneira adequada.

É indicado que se procure um profissional para que este possa auxiliá-lo na compreensão de seus sintomas e dificuldades, pois assim estará poupando seu tempo e evitando maior desgaste e sofrimento psíquico.

Os resultados vão depender muito da participação da pessoa, tanto no comparecimento às sessões, quanto na disposição em falar sobre os assuntos que o incomodam. É preciso também considerar que as pessoas são diferentes umas das outras e que uns precisarão de mais tempo que outros para se sentirem melhor.

Finalmente, a confiança do cliente no terapeuta é de fundamental importância para o sucesso da terapia.

Não perca mais tempo e faça já a marcação da sua consulta com o Dr. Bruno Fernandes.